terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O presépio do vale


Monte Alegre do Sul, a bucólica cidade presépio, escondida entre os montes da Serra da Mantiqueira oferece a todos suas encantadoras paisagens, seu clima amigável, seu povo extremamente hospitaleiro e o descanso aos exaustos da correria das metrópoles. Pequena, interiorana, mas incrível. Já dizia o velho ditado que tamanho não é documento, e honramos o ditado e nossa história.
Desde o começo a sua pequinês era visível, começando como fazenda, depois povoado, bairro e hoje município, há quem não goste, diz que é muito parada, vazia, até mesmo entediante; mas não há como resistir ao canto dos pássaros na janela em uma manhã preguiçosa ou o suave balançar dos galhos em uma silenciosa noite estrelada, isso é quase utopia nos dias de hoje, em que o que mais se ouve nas cidades são buzinas e sirenes.
Suas três ruas paralelas, divididas pela praça e a igreja dão o charme que conquista todos que a visitam. Como não gostar de um lugar assim? A meu ver é um paraíso, nascido e criado aqui, tenho inúmeras lembranças, alegrias conquistadas entre suas colinas, bosques e cachoeiras.
Por seu tamanho reduzido, a violência é muito rara, crimes, roubos são notícias escassas nas páginas do jornal. Não falta nada a ninguém, a caridade corre nas veias de seu povo, que ajuda a todos que necessitam de algo. Tudo é perto, com rápidas caminhadas em suas ruas de pedra pode-se encontrar tudo o que é preciso, o colégio, o mercado, as amizades.  Os moradores não são apenas números, alguém na multidão, são pessoas, amigos, parentes.
Uma cidade pequena também merece respeito, também pode ser bonita e também pode ser querida. Ninguém deve ter vergonha do interior, da horta no quintal das casas e das ruazinhas estreitas e tortas, afinal, é lá que tudo começa, que tudo acontece, mesmo que em segredo, é no sorriso sincero dos caipiras que mora a verdadeira simpatia, a alegria de viver, protegida pelos montes, banhada pelas águas cristalinas e iluminada pelo sol de todo dia.   

     Aluã Edson Rosa

Este texto ficou em primeiro lugar entre as escolas da cidade de Amparo-SP e concorreu na fase estadual da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa 2012.

Disponível em: http://www.aguasdelindoia.com.br/circuitodasaguaspaulista.asp




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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Os bichos vão pro céu?

    Numa bela tarde de sexta-feira, a tranquilidade da casa de Ana é cortada por um grito desesperado de criança. "Mãããããeeeeee!!!".
    Era Lucas, seu filho de 7 anos que se desesperava na frente da cômoda de seu quarto, chorava ao mesmo tempo em que procurava por todos os cantos do quarto.
    Tentando acalmar o filho, dá um abraço na criança e acariciando-o pergunta:
    _O que foi, filho? O que aconteceu?
    _Eu não sei onde o Eustáquio foi parar!
    Eustáquio era o peixe de estimação de Lucas, ganhara como presente de aniversário.
    _Ué, filho! Olha lá no aquário, seu peixe.
    _Mas ele não se mexe! Não deve ser o Eustáquio!
    Era a primeira experiência de Lucas com a morte, e digamos que a morte de um peixe de estimação pode ser muito traumatizante quando temos 7 anos. Sem saber direito como explicar, Ana começa...
    _Sabe filho, tudo na vida tem um fim. Do mesmo jeito que o sol nasce de manhã,  ele se põe no fim da tarde; do mesmo jeito que as flores brotam, elas secam. E com a gente é igual, chega uma hora que vamos embora, é como se deitássemos pra dormir um sono bem pesado, que não nos deixa acordar; as pessoas que continuam vão sentir saudades e ficar muito tristes, mas não há porque se preocupar, quem se vai, estará olhando pra gente, lá do céu, é pra lá que as pessoas vão quando mor.. dormem.
    _Quem se vai vira uma estrela???
    _Isso, filho! É exatamente isso!
    _Mas mãe, os peixes vão pro céu?
    _Peixes? No céu? Acho que não, Lucas.
    _Então se não vão pro céu, vão pra onde?
    _Ah, é difícil saber. Acho que não vão pra lugar nenhum.
    _Como assim, lugar nenhum? Se o Eustáquio se foi, tem que ter ido pra algum lugar, não é?
    _É, mas um peixe é diferente de uma pessoa, ele é um bicho.
    _Se pessoas e peixes são diferentes, deve existir um céu dos bichos, então? 
    _Não sei, só sei que existe céu.
    _E o Eustáquio não pode estar no céu de gente?
    _Não sei se o céu é de gente, as pessoas vão pra lá, mas não sei se um peixe...
    _Só porque o Eustáquio é peixe ele não pode ter ido pro céu? Quem sabe lá no céu de gente, não tem bicho também...
    _Ah, filho, não dá pra saber. O Eustáquio não está mais aqui, em algum lugar ele está, mas não cabe a nós decidir onde. Algum dia, quem sabe, conseguiremos entender.
    Lucas fez um pouco de manha, se despediu de seu amigo e adormeceu, na manhã seguinte, uma fotografia já ocupava o lugar do aquário. Com o passar dos dias, era cada vez menor o número de vezes que se falava de Eustáquio naquela casa, até que sumiu completamente, se foi, pra onde ninguém sabe ou imagina.




Imagem:  Indna Ribeiro Simeão


                                                                   Aluã Edson Rosa


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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Flores de Olívia .... Parte I



                Olívia era uma menina linda, loira, olhos azuis e pele clara, morava em Fraiburgo, interior de Santa Catarina, sua melhor amiga era Marina, uma garota vinda de Florianópolis.
                Nas férias de verão, as garotas foram para a capital, visitar a avó de Marina. Dona Alana era muito gentil e amável, fazia de tudo para agradar as duas.
                Na última noite da viagem, as três estavam sentadas na sala conversando alegremente quando Olívia disse:
                -Dona Alana,o que é aquilo ali na parte mais alta da estante? - apontou para um buquê murcho de rosas brancas.
                -Ah, não é nada de importante, minha querida. - retrucou prontamente.
                - Mas o que é então, vovó? - insistiu Marina.
                -São apenas flores, apenas um imundo buquê velho, o qual eu vou até jogar no lixo! - levantou-se e foi em direção da estante.
                - Não! - protestou Olívia - São tão lindas... Dê para mim então.
                - Nunca! Vocês não sabem o que isto é capaz de fazer... - resmungou a velha
                - Então nos fale vovó!
                Dona Alana se deu por vencida. Contou do encantamento envolvendo o ramalhete e que seu dono teria direito a três desejos, mas que cada pedido, causava uma consequência.
                - Isto é incrível ! - exclamaram as meninas em uníssono. 
                - Não! É horrível! Vocês não entenderam?  As consequências podem ser pavorosas. Dizem, que a última pessoa que resolveu tentar a sorte, no 3º desejo, pediu pela morte.
                Vendo a expressão das meninas, Dona Alana complementou:
                - É só uma lenda, meus amores, porém, vou jogar essas flores velhas no lixo! 
                - Mas vovó, como é que você conseguiu esse buquê?
                - Ãh, ãh... Eu vou buscar mais refresco, vocês querem? - desconversou,deixou as flores em cima da mesa de centro e saiu.
                Olívia correu até lá, pegou as flores na tentativa de protegê-las de serem jogadas. Marina ficou intrigada com a reação de sua avó, mas nada disse.
                Quando Alana voltou, tentou argumentar com Olívia, mas a garota era teimosa:
                - Se a senhora não as quer e vai jogar no lixo mesmo, que mal há em dá-las para mim?
                - Tudo bem, leve, mas, cuidado... - deixou o aviso e um clima de tensão no ar, como se soubesse que algo iria acontecer. - Agora, andem, as duas, pra cama, amanhã cedo vocês têm que pegar o ônibus.
                As garotas foram para o quarto, ninguém falou enquanto as malas eram refeitas, ao terminar de pôr as roupas, Olívia guardou cuidadosamente o buquê e fechou o zíper.
                - Você tem certeza de que quer levar isso aí? - disse Marina
                - Mas é claro, são lindas flores...
                - Estão murchas! E tem aquele lance, dos desejos, não te dá medo?
                - Deixa de ser tonta, Marina, é um buquê comum, isso tudo é apenas uma lenda.
                Apagaram as luzes e dormiram. No outro dia, pegaram o primeiro ônibus e voltaram para Fraiburgo. Chegando em casa, Olívia viu seus pais sentados à mesa falando sobre as contas que precisavam ser pagas e a hipoteca da casa, na verdade, estavam brigando e gritavam tanto que nem perceberam a chegada da filha.
                Os dias passaram e as brigas aumentaram, numa dessas Marina estava presente, Olívia chorava e dizia não aguentar mais, foi quando olhou pra sua escrivaninha e achou o buquê. Limpou as lágrimas, caminhou até ele e disse:
                - Então, é hoje que a gente vai descobrir se essas flores são uma lenda, ou não.



Aguardem a próxima postagem...

Bruna Caroline Pettean

terça-feira, 3 de julho de 2012

Realejo Parte II

Para ler a primeira parte do texto clique no link ao lado... http://ocatapalavras.blogspot.com.br/2012/06/realejo.html 


 ...Era uma caixa de madeira escondida em baixo da cama, eu já não aguentava mais de curiosidade para saber o que havia na caixa, ela estava trancada e só meu avô tinha a chave. Calmamente ele foi até a caixa, colocou a chave no cadeado, girou e abriu a tampa.
    Quando olhei, não podia acreditar...
    Foi uma decepção tremenda, a caixa estava vazia!
    Enquanto eu olhava estaticamente para o vazio do interior empoeirado do baú, meu avô se retirou do quarto sem nenhuma explicação, apenas disse:
    _Um dia você entenderá tudo isso.
    Depois de falar um som me assustou, era o barulho de uma porta se abrindo... Minha mãe entrara e sua voz me chamou.
    Foi como se eu tivesse dormido e acordado ali no chão, um filme se passou pela minha cabeça de forma tão real que revivi todos aqueles sentimentos.
    Ao situar-me no presente me conforme, eram lembranças, nada mais que lembranças da última vez que pude ser feliz ao lado de meu avô, o herói, caçador, mágico e inventor que mostrou-me o verdadeiro tesouro que podemos ter: a alegria.
    A alegria em passar momentos maravilhosos ao lado de quem amamos e que ficarão eternamente guardados em nosso coração, alegria em saber que nunca estamos sozinhos e de que marcamos e fomos marcados por muitas pessoas em nossa rápida existência.
    Hoje sei que não há nada mais importante, nenhum bem mais precioso que viver esses momentos, alegres, felizes.
    Depois de tudo isso, guardei o bilhete do realejo de volta na gaveta, arrumei toda a bagunça e saí, fui caminhar por onde a estrada me levasse ainda refletindo sobre os incríveis momentos que acabara de relembrar.


                                                                                      Aluã Edson Rosa





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sábado, 2 de junho de 2012

Realejo...

    Era uma manhã fria e turva de julho, eu estava em em casa aproveitando minhas férias, resolvi remexer algumas gavetas intocadas há anos na esperança de encontrar algo útil do passado.
    Abri muitas gavetas e com elas abri também as asas da minha imaginação, viajei com meus antigos aviões de brinquedo, lutei com dragões de plástico e virei crítico de arte revendo meus desenhos da infância, mas uma coisa marcou muito minha busca, uma coisa muito especial que por anos pensei que estivesse perdida.
    Enroladinho bem no canto estava um pedaço de papel, era um bilhete de realejo, desses que ficam na porta da igreja em dia de festa, este eu tinha pego com meu avô quando estava passando as férias em sua casa.
    Eramos muito unidos, sempre que podia, ele inventava histórias de tesouros escondidos e mistérios ocultos pela cidade.
    Com o realejo não deu outra, o bilhete, um pouco enigmático o inspirou a arquitetar uma aventura tão convincente que por algumas vezes pensei que fosse verdade.
    Nosso bilhete dizia: Mesmo na escuridão, siga, suba a escada da vida e quando chegar ao topo encontrará o verdadeiro e mais valioso tesouro que se pode ter.
    Como eu era pequeno não entendi nada e acho que nem meu avô entendeu direito o que queria dizer, mas tratou logo de me mostrar as incríveis oportunidades de encontrarmos o tal tesouro.
    Desbravamos florestas desconhecidas entre milharais, navegamos pelas águas violentas de uma lagoa, enfrentamos furiosos sabiás, passamos todo o período de férias procurando o tesouro e não o encontramos.
    Os dias foram passando, chegou o último dia de férias e com ele minha última chance de encontrar o tesouro, meu avô me convencera a explorar o interior da casa e seus numerosos quartos que um dia foram o abrigo dos muitos filhos, hoje crescidos.
    Em cada quarto que entrávamos uma surpresa nos esperava, ou era minha avó com um doce feito por suas próprias mãos ou algum singelo presente retirado do próprio sítio.
    Mas nenhum quarto me surpreendeu tanto quanto o último, o quarto do casal, era grande e com muitos móveis, procurei sozinho enquanto meu avô me olhava e sorria silenciosamente e quando menos esperava se assustou com um grito que deixai escapar.
    _ENCONTREI
    Era uma caixa de madeira escondida em baixo da cama, eu já não aguentava mais de curiosidade para saber o que havia na caixa, ela estava trancada e só meu avô tinha a chave. Calmamente ele foi até a caixa, colocou a chave no cadeado, girou e abriu a tampa.
    Quando olhei, não podia acreditar...


Imagem pega na internet.



  Aguarde a próxima postagem!
                                                                                     Aluã Edson Rosa



sábado, 12 de maio de 2012

MÃE S2


Só a comida dela é a boa. É a mais perfumada de todas. A mais bonita que espera na porta da escola com um largo sorriso. É mágica e só o seu beijo tem o poder divino de curar nossas dores.
Desde pequenos aprendemos que ela é a mulher mais importante de nossas vidas, para cada um de nós é uma rainha, super mulher capaz de nos defender de tudo e todos que ousarem a nos afligir.
O tempo passa, crescemos. As brigas se tornam mais frequentes e por vezes são tão intensas que acabamos ofendendo a pessoa que não merecia nada além de amor, mas o sentimento continua intacto dentro de nós.
                Elas sabem disso, e também sabem que tudo de ruim que foi dito por nós não passava de cena, birra de adolescente.
                Podem exagerar um pouco nas proteções, nos cuidados e precauções, mas é apenas para o nosso bem que fazem isso, para nos proteger, mesmo depois de uma briga ou discussão.
                Um dia cada um vai entender tudo isso, toda a importância desse ser especial, esse dia vai chagar para todos.
                E assim fica o desejo de  um FELIZ DIA DAS MÃES a todas as Marias, Anas, Joanas, Rinas, Elaines, Susanas e tantas outras mulheres incríveis que tornam especial a vida de seus filhos.
  
                                                                       Aluã Edson Rosa


domingo, 29 de abril de 2012

Amor impossível

Texto enviado por nossa amiga Therezinha Banevicius. Uma carta de amor de uma gota dágua destinada ao sol.


Querido Sol da Minha Vida:

     Preciso lhe mostrar a situação que se encontra o meu coração, os meus sentimentos, enfim todo meu eu, em consequência de ter lhe conhecido.
      Eu senti uma suave brisa, muitíssimo agradável e me perguntei: que sensação boa é essa?; e vi que vinha de você. Que incrível!!!.... você tão suave se aproximando com gentilezas!!!. Foi um fato corriqueiro, mas muito marcante; e eu não parei mais de pensar em você, no começo me surpreendia pensando na sua imagem, depois foi tomando mais espaço no meu pensamento a ponto de ficar distraída e tropeçar nas coisas, perder a hora, não ter fome e perder o sono. Céus!!! Estou apaixonada! Céus!!! Ele nem sabe disso! ... e agora, o que eu faço?  Não consigo tirá-lo do meu pensamento. Um dragão adormecido acordou dentro de mim e joga labaredas em todo o meu corpo. Sofro! Estou sofrendo de amor! Minhas mãos ardem querendo  sentir você mesmo que seja num único roçar.
    Quando, ao acaso você fica ao meu lado, ah, a mesma brisa inicial envolve o ambiente e o mundo se harmoniza. Parece que não há mais guerras nem desentendimentos só paz, uma paz suave e profunda.
     Eu me pergunto, será que você sente o que eu sinto? Às vezes acho que sim, às vezes acho que não. E o não cresce, cresce... por que sei que esse amor é impossível.
     Mas mesmo sendo impossível vou cultivá-lo dentro de mim até que este grande amor se esmaeça e eu me desfaça junto com ele.

 Da sua gota d’água que foi transpassada pelo raio de sol.


                                   Therezinha Banevicius 


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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fós....O que?

   Num belo dia de compras, já no caixa do supermercado esperando para fazer o pagamento e conversando com a atendente, uma voz aguda de criança interrompe e diz:
   _Moça, cadê o fóisqui?   Era uma menina, parecia ter uns sete ou oito anos. A atendente tratou logo de corrigir a garota:
   _Menina, você não sabe que são proibidos cães e gatos no supermercado? Tem uma placa enorme na entrada dizendo isso.
   _A moça não entende nada mesmo, viu... Não estou procurando bicho nenhum, eu só quero saber do fóisqui, preciso comprar fóisqui pra minha mãe!!!   _Que fóisqui, garota?   Nisso, chegou um menino que parecia ser um ou dois anos mais velho que a outra criança, deviam ser irmãos. Quando chegou disse:
   _Então, a moça disse onde fica?
   A atendente interrompeu:
   _Menino, você pode me dizer com clareza o que estão procurando?
   Quando o garoto se encheu de ar para respondeu sua irmã soltou:
   _A GENTE QUEREMO O FÓISQUI, MOÇA!!!
   Rindo da irmã o menino falou:
   _Não é fóisqui, é fórfe!!!!   _Fórfe é algum tipo de bebida? Disse a atendente.
   _Que bebida, moça? Fórfe é aquele negócio de...
   Eis que o menino é interrompido e chega uma mulher, era sua mãe, brava pela demora das crianças. A menina disse:
   _Mããããe!!!! A moça não sabe o que é fóisqui.
   _Fórfe! Corrigiu o menino.
   _Pelo amor de Deus!!!! Não sabem nem falar direito o que eu pedi, é fósfero, ouviram? FÓS-FE-RO!!!!                                                                        Aluã Edson Rosa



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quarta-feira, 21 de março de 2012

De Tanto Acreditar


          Acreditava no amor, mas para ela, ele não existia, acreditava que a felicidade estava ao seu lado, quando na verdade, estava a quilômetros de distancia.
         Acreditava que seu príncipe estava chegando, mas ele nem estava a caminho, ela acreditava em fadas, mas mesmo assim elas morriam.
         Acreditava que seus sonhos iriam se realizar, mas pouco a pouco eles iam desmoronando. Ela acreditava ter amigos, mas estava rodeada de falsos.
         No sofrimento, não acreditava, mas este sim era bem real. Também não acreditava na dor, mas esta insistia em afligi-la.
         E de tanto que afligiu, percebeu que sua vida não era assim tão perfeita. E se frustrou tanto com suas desilusões, que não percebeu nem acreditou em mais nada. Morreram com ela, todas suas angústias. 

                                                                                              Bruna Caroline Pettean



                                                    

sábado, 10 de março de 2012

Pobre riqueza


     O vocabulário de muita gente se baseia em apenas ‘eu tenho’, ‘eu posso’, ‘eu sei’...
     O jeito de agir e pensar de algumas pessoas leva-nos a refletir sobre o mundo que estamos vivendo hoje. Parece que os conceitos mudaram radicalmente, visando apenas o lucro e o poder e isso acaba tomando conta da cabeça de muitos que fazem do dinheiro o único sentido de suas vidas.
     Não sei o que acontece com eles, nunca vi nenhum livro dizendo que devemos viver para o dinheiro e que quanto mais o temos, melhores somos.
     É incrível o pensamento de algumas pessoas de que porque tem um carro “do ano”, uma “conta recheada” ou mesmo um cargo mais alto que os outros podem humilhar, desprezar e subestimar os outros.
    Muitos se esquecem de que um sorriso vale muito mais do que um presente, um abraço muito mais do que uma joia ou um carro.
     Esquecem-se de que dessa vida levamos apenas os bons momentos que passamos com quem amamos, momentos esses que não precisam de uma comida cara ou uma bebida importada, a única coisa que os torna especiais é a alegria.
     Espero que algum dia entendam o verdadeiro significado de felicidade e aprendam a viver e amar sem limites, sem pensar em nada além de toda a alegria que dinheiro nenhum pode comprar.
                                                                   Aluã Edson Rosa
Imagem pega na internet


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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Repetidas desilusões



                Isso, tonta! Começa tudo de novo. Vai, se ilude mais um pouco, quem sabe não é a hora, hora de quebrar a cara de novo.
                Achava que não ia ser a mesma coisa de se apaixonar e se ferrar, por que este era diferente? Diferente do quê, minha querida?
                Vai fazer o que agora? Roer as unhas e inundar o travesseiro de novo? Voltar a se prometer que não vai mais se apaixonar? Aliás, quantas vezes você já fez isso? E quantas vezes cumpriu?
                Desabafar com aquela amiga confidente? Não vai né? Tem que manter a pose de forte, inatingível, inabalável... Pode estar morrendo por dentro, mas não se abre. Mas que cabeça dura você tem!
                Agora, só tem uma coisa a ser feita, esquecer mais esse cara, seguir sua vida e, tentar realizar isto, sem tirar o seu sorriso deslumbrante do rosto. Veja bem, tome cuidado, pequena, não se deixe apaixonar tão fácil. E... Boa sorte!


                                         Bruna Caroline Pettean





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

'Busão' nosso de cada dia


A maioria das pessoas que trabalha, estuda ou faz qualquer coisa diariamente em outra cidade, vai de carro; mas tem gente que não tem esse luxo (tá, não é luxo, é objeto indispensável), ou por falta de carro ou devido a não ter carteira de habilitação mesmo. Nesse caso, o que resta é o ônibus.
_Ah, mas andar de ônibus é a coisa mais normal do mundo.
Não, andar de ônibus não é a coisa mais normal do mundo, aliás, andar de ônibus é uma das últimas coisas que podemos chamar de normal nessa vida. Essa coisa tão rotineira é uma aventura, é um desafio, é quase uma fase ‘chefão’ de vídeo game.
Pra chegar à rodoviária já é uma maratona, você está quase perdendo o horário do ônibus e a cada vez que olha no relógio o ponteiro trabalha mais rápido.
Quando finalmente chega e por um segundo passa pela sua cabeça ‘ufa, posso descansar’ você se enganou muito. Tem que correr muito, inventar desculpas e driblar todos que te pedem dinheiro ‘pra comprar comida’ ou ‘pra comprar passagem’, e olha que não são poucos.
Depois da corrida e dos dribles, começa outra prova: lembrar onde colocou o dinheiro da passagem na fila do guichê e depois que comprar, penar pra guardar todas aquelas moedas do troco sem derrubar nenhuma e de preferência, sem amassar a passagem.
Bom, comprada a passagem, é só se dirigir para o local do embarque, entrar na pequena fila da porta do ônibus, esperar os minutos que sempre atrasam e adentrar o maravilhoso veículo. Ressaltando que se não sobrar lugar e você acabar sentando no degrau, tem que rezar um pouco mais para que ninguém derrube uma garrafa de água aberta em suas costas.
Agora resta esperar até o seu ponto de desembarque escutando a música que aquele rapaz lá do fundão sempre coloca no último volume do celular pra competir com a moça que ouve funk lá na frente e o senhor que puxa conversa com todos os passageiros em alto e bom tom.
Detalhe: pagamos muito bem por isso.

                                                         Aluã Edson Rosa
                                                                                      



domingo, 19 de fevereiro de 2012

Cidade da razão



Carnaval, a festa do povo, todo mundo se diverte, brinca, dança; é tudo muito lindo, é tudo muito bom, menos na pequena cidade de Confim do Norte.

Lá, as pessoas eram diferentes, preferiam o silêncio, a discrição e detestavam tudo que se referia a folia, era uma sociedade basicamente jovem. Jovem e quieta.

Não parava por aí, a cor preferida de todos era o preto, lá, o escuro reinava nas praças, nas casas, nos olhos. Carnaval para eles era um terror, um verdadeiro show de aberrações.

Numa tentativa desesperada de animar a população o prefeito resolveu contratar vários shows para os 4 dias. O resultado? A banda tocou sozinha todos os dias e ainda teve o ônibus apedrejado por ser colorido. E a prefeitura? foi pintada de preto, e de tomates também.

Era realmente uma cidade diferente, de um povo diferente.

Um dia, um folião vidrado em carnaval invadiu a cidade e saiu cantando marchinhas.

De repente, num piscar de olhos as luzes se apagaram e quando voltou a ficar claro, o homem tinha desaparecido.

A solitária tentativa de levar a alegria para aquele lugar sinistro fora abortada e ninguém fazia ideia do que havia acontecido. Será que alguém havia atacado o solitário folião?  Ou ele se deu conta da quase impossível missão e desistiu?

Uns dias depois, o homem reapareceu contando uma história muito estranha, até mais do que essa; disse que o pessoal da cidade falou muito com ele, contou todos os motivos daquela quietude, explicou por que motivos resolveram abandonar a tradição e se fechar para tudo o que se referisse a carnaval. Mas não disse o que foi conversado.

O que sabemos, são apenas boatos. Dizem que eram assim porque não concordavam com o tipo de “diversão” de hoje em dia, acreditavam que a felicidade não deveria ser encontrada pelo exagero, de bebidas, de ações.

Agora, em Confim do Norte, o povo é muito feliz, a tinta preta foi substituída pelas mais diversas cores e as festas não param de acontecer, acreditam que a alegria pode sim ser conseguida de uma forma saudável e tranquila.

                        Aluã Rosa   &   Bruna Pettean


                                    Imagem pega na internet.





sábado, 11 de fevereiro de 2012

Verdadeira falsidade...


                Se tem uma coisa na humanidade que eu não consigo entender é a falsidade. Principalmente quando descobrimos que ela vem de lugares totalmente inesperados.
                É horrível descobrir que aquele seu melhor amigo só está ali por algum interesse e você é totalmente substituível pra ele, quando não servir mais, descarta.
                Você acha que supera e encontra os 'verdadeiros', mas na verdade só acha mais e mais pessoas cínicas, com aquele sorriso dissimulado no rosto e pagando de bom-moço (a).
                Pra falar a verdade, acho até bom não compreender a falsidade, já que isso poderia significar que eu uso dela.
                Meu pior defeito é acreditar cegamente em todos e não conseguir diferir a verdade da mentira, as vezes acho que é ingenuidade de criança, mas que é melhor assim.
                Aproximo-me das pessoas, não porque sobra tempo, mas porque algo nelas me encanta. Achava que era assim com todo mundo, não é, de repente, você vê pessoas em que confiava seus maiores segredos tentando te derrubar a qualquer custo.
                Mas afinal, a vida é assim, cair sete vezes e levantar oito, dar a cara pra bater,  e quando colocar a cabeça no travesseiro, saber que foi honesto com todos, talvez até demais, mas pelo menos, não se decepcionarão futuramente por descobrirem que você não era o que dizia.
                Porque dor de cabeça, a gente cura com paracetamol, mas pra dor de perder um amigo que se dizia de verdade, não existe remédio, só o tempo, aliás, com ele você também aprende a confiar só em si e esquecer dos outros.

Bruna Caroline Pettean

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um dia plural


O primeiro dia de aula é o dia mais divertido, mais emocionante, mais inesquecível das lembranças que todos carregam dos tempos de escola.
Todo mundo se lembra de quando ia pra escola nova, e na ansiedade, experimentava 19 vezes o uniforme pra ter certeza de que servia bem. Ou então, de programar o despertador pra tocar um horário e acordar meia hora antes com medo de não escutá-lo e perder a hora.
Dentro da gente, fica uma mistura de sentimentos sem tamanho, tristeza por acordar cedo, alegria por rever os amigos, medo das novas matérias, alívio por ter passado de série.
Durante as férias, ficamos imaginando como será esse dia, como será rever esse lugar em que ficamos praticamente metade do dia e nem é nossa casa, como será que serão os novos professores, se vamos gostar, ou não.
Quando somos pequenos, o primeiro dia de aula não é tão esperado e amado assim, é aquela choradeira por não querer se separar da mãe na porta da escola, digo por experiência própria, se bem, que nos primeiros anos eu chorava quase todo dia.
Mas, voltando ao assunto do título... O primeiro dia de aula nunca terá somente uma palavra ou sentimento para ser descrito, é uma coisa única, diferente em cada pessoa e fase da vida. É isso que o torna um dia tão plural.
Você já parou pra pensar que um dia tão pequeno, tão simples, consegue atingir as pessoas de formas tão distintas? E que com o passar dos anos, mesmo com todas as mudanças nas escolas, nos métodos de ensino, ele não muda?
Acho que não dá pra responder a essas perguntas. O jeito é aproveitar muito bem esse dia tão especial, e viver os outros dias como se fossem sempre o primeiro, aproveitando ao máximo essa época de que um dia sentiremos tanta falta.
                                                             Aluã Edson Rosa


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Perfeita Imperfeição

Perfeita Imperfeição

                Não, definitivamente não tinha os padrões de beleza exigidos pela sociedade. Não tinha cinturinha fina, peitões, o sorriso mas branquinho, estava longe de ser esteticamente perfeita.
                Mas tinha um coração, um coração de ouro. Queria alguém que valorizasse isso ao invés do supérfluo conteúdo exterior .
                Queria alguém que gostasse dela pelo que era de verdade, com todas suas imperfeições. Alguém pra andar de mãos dadas e contar estrelas, que acima de tudo fosse o melhor amigo, aquela pessoa em quem sabia que podia confiar e sonhava em passar o resto dos dias.
                Era muito pedir pra encontrar alguém que se importasse de verdade? Era muito pedir pra ser feliz? Achava que sim, afinal, quem iria querer alguém assim, como ela, que se auto-nominava Catástrofe da Natureza?
                Usava camisetas de banda, jeans desbotado e all star. Mas desde quando isso importava mais do que o que tinha por dentro? Quem foi que disse que mulher bonita não pode ter estrias, celulites e uns quilinhos a mais?
                Quem foi que disse que deve andar de salto alto, decote e saia curta? Nem todas as princesas precisam usar rosa e ficar esperando por príncipes.  Muitas, como ela, estavam por aí, com seu MP3 ligado, sofrendo por um babaca que preferiu uma 'modelete', mais parecida com uma Barbie do que com um ser - humano.
               Provavelmente nasceu na época errada. Deveria ter vivido em tempos antigos, talvez, fosse bem mais simples.  E assim, seguia, esperando o dia em que acharia alguém que fizesse-a se sentir bem, que a confortasse com um abraço e a amasse de verdade. Sabia que este dia chegaria, torcia pra ser logo.


Bruna Caroline Pettean



domingo, 29 de janeiro de 2012

Roteiros desconhecidos

   Tema sugerido por Felipe Bartolomeu de Souza, do blog "Amigos de Sophia".


                             Roteiros desconhecidos


     A história da dona Maria da padaria, você conhece? E a do Seu Zé do açougue? O que eles e tantos outros passaram pra chegar onde estão hoje?
     Pois é, eles têm uma longa história de vida, cada uma com seus altos e baixos, tristezas e alegrias.
     Quase nunca paramos pra pensar que, todos aqueles estranhos com que cruzamos todos os dias e muitas vezes nem olhamos ou cumprimentamos, tem uma história de vida. Um roteiro próprio.
     Será que são felizes? Quantas coisas e pessoas a vida tirou deles? Quantas colocou no caminho? Você pensa no que aquele seu conhecido, amigo, ou, até mesmo seu inimigo , pode estar passando, sofrendo? Os obstáculos que ele precisa vencer são grandes?
     Já refletiu que determinadas pessoas passaram em um curto espaço de tempo o que talvez você não passe nem em um milênio? E que se essa história fosse transformada em filme, poderia ter tantos e tantos Oscars. E toda essa sua trajetória de vida, mesmo que incrível, pode não ser conhecida por ninguém?
 E toda essa sua trajetória de vida, mesmo que incrível, pode não ser conhecida por ninguém?
     Se formos parar pra pensar, não podemos julgar, nem ser julgados, pois não conhecemos o que o outro passou e a quantidade de dor escondida em cada sorriso, cada olhar.
     E se nos aprofundarmos ainda mais no pensamento, perceberemos que ao mesmo tempo somos tudo e nada, em nossa vida, nossa história, somos o centro das atenções; porém, para os outros, os mesmos que desprezamos na rua, somos somente um estranho, mais um no meio da multidão.
     No fim das contas, não passamos de roteiros perdidos na imensidão. E encontrar frase melhor que aquela ' não me julgue, você sabe meu nome, não minha história'. Impossível.
    
                                               Aluã Rosa     &      Bruna Pettean











sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A culpa é toda sua


Que tal refletirmos um pouco sobre a 'cultura' que somos submetidos atualmente...

                                       A culpa é toda sua

O garoto, de 12 ou 13 anos, chega em casa depois de um dia de aula normal e começa a cantar:
- Nossa, nossa, assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai, se eu te pego hein...
O pai, que estava aproveitando a hora do almoço pra ler o jornal, olha torto e ignora.
Um pouco depois, chega a filha de 16 cantando:
- Quero te dá, quero te dá, dá dá dá dá dá dá. Quero te dar beijinho...
Dessa vez, quem olha feio é a mãe, toda atarefada colocando a comida na mesa.
- Vem, a comida tá na mesa, vamos almoçar. Já to atrasada, anda, anda logo!
O menino, então, solta  uma proeza sem tamanho:
- Fala aê, Velha Sedução, o que tem pra rangar?
-O que foi que você disse, moleque? Fala de novo, que eu te arrebento os dentes, ta ouvindo?
Todos sentados ao redor da mesa, mas, pra piorar o clima da casa, a primogênita sem noção, vai oferecer carne assada ao pai:
- Pai, você você você você você quer?
- Olha os modos, menina, não é assim que se fala com seu pai não!!!
-Qualé, truta? Relaxa na bolacha que a gente estamos no século XXI, ôô caretão!
E o menino, que não conseguia calar a boca nem pra mastigar, continuava:
- To com fome, quero leite, eu assumo uma pipoca me sacode...
O casamento já não estava aquelas coisas de uns tempos pra cá, os pais vinham se aturando por causa dos filhos, mas depois de tamanha falta de respeito, educação, ou o que quer que seja, resolveram chutar o pau da barraca e mandar tudo pros ares. Disseram tudo o que queriam um para o outro, um verdadeiro caos familiar:
- Ta vendo Pedro Paulo Palhares? Isso aqui é tudo culpa sua! É esse o tipo de influência que eles recebem quando você chega bêbado em casa!  E você Pablo Pietro Palhares,  fecha essa boca, por que se não, o leite vai entrar por outro orifício, ta entendendo?
- Como assim minha?! Senhora Paloma Pinheiros Palhares? É culpa sua! Que fica estragando a Pâmela Paloma Palhares, leva pro shopping, pro salão, ta aí ó, o resultado!
Enquanto os dois gritavam e brigavam loucamente pra saber de quem era a culpa de tamanha falta de respeito, copos, pratos e xingamentos eram arremessados pelo apartamento.
 Pablo Pietro e Pâmela Paloma, aproveitaram a brecha, saíram, foram pra rua com os amigos cantando:
-Ih, que isso, elas estão descontroladas!
Disseram que depois que as 'crianças' saíram, a baixaria foi tão grande que apareceu até polícia no prédio, a educação de Pablo e Pâmela? É caso perdido, já não se fazem filhos como antigamente.


                                                              Bruna Caroline Pettean