Carnaval, a festa do povo, todo mundo se diverte, brinca, dança; é tudo muito lindo, é tudo muito bom, menos na pequena cidade de Confim do Norte.
Lá, as pessoas eram diferentes, preferiam o silêncio, a discrição e detestavam tudo que se referia a folia, era uma sociedade basicamente jovem. Jovem e quieta.
Não parava por aí, a cor preferida de todos era o preto, lá, o escuro reinava nas praças, nas casas, nos olhos. Carnaval para eles era um terror, um verdadeiro show de aberrações.
Numa tentativa desesperada de animar a população o prefeito resolveu contratar vários shows para os 4 dias. O resultado? A banda tocou sozinha todos os dias e ainda teve o ônibus apedrejado por ser colorido. E a prefeitura? foi pintada de preto, e de tomates também.
Era realmente uma cidade diferente, de um povo diferente.
Um dia, um folião vidrado em carnaval invadiu a cidade e saiu cantando marchinhas.
De repente, num piscar de olhos as luzes se apagaram e quando voltou a ficar claro, o homem tinha desaparecido.
A solitária tentativa de levar a alegria para aquele lugar sinistro fora abortada e ninguém fazia ideia do que havia acontecido. Será que alguém havia atacado o solitário folião? Ou ele se deu conta da quase impossível missão e desistiu?
Uns dias depois, o homem reapareceu contando uma história muito estranha, até mais do que essa; disse que o pessoal da cidade falou muito com ele, contou todos os motivos daquela quietude, explicou por que motivos resolveram abandonar a tradição e se fechar para tudo o que se referisse a carnaval. Mas não disse o que foi conversado.
O que sabemos, são apenas boatos. Dizem que eram assim porque não concordavam com o tipo de “diversão” de hoje em dia, acreditavam que a felicidade não deveria ser encontrada pelo exagero, de bebidas, de ações.
Agora, em Confim do Norte, o povo é muito feliz, a tinta preta foi substituída pelas mais diversas cores e as festas não param de acontecer, acreditam que a alegria pode sim ser conseguida de uma forma saudável e tranquila.
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