A maioria das pessoas que
trabalha, estuda ou faz qualquer coisa diariamente em outra cidade, vai de
carro; mas tem gente que não tem esse luxo (tá, não é luxo, é objeto
indispensável), ou por falta de carro ou devido a não ter carteira de
habilitação mesmo. Nesse caso, o que resta é o ônibus.
_Ah, mas andar de ônibus é a
coisa mais normal do mundo.
Não, andar de ônibus não é a
coisa mais normal do mundo, aliás, andar de ônibus é uma das últimas coisas que
podemos chamar de normal nessa vida. Essa coisa tão rotineira é uma aventura, é
um desafio, é quase uma fase ‘chefão’ de vídeo game.
Pra chegar à rodoviária já é uma maratona,
você está quase perdendo o horário do ônibus e a cada vez que olha no relógio o
ponteiro trabalha mais rápido.
Quando finalmente chega e por um
segundo passa pela sua cabeça ‘ufa, posso descansar’ você se enganou muito. Tem
que correr muito, inventar desculpas e driblar todos que te pedem dinheiro ‘pra
comprar comida’ ou ‘pra comprar passagem’, e olha que não são poucos.
Depois da corrida e dos dribles,
começa outra prova: lembrar onde colocou o dinheiro da passagem na fila do
guichê e depois que comprar, penar pra guardar todas aquelas moedas do troco
sem derrubar nenhuma e de preferência, sem amassar a passagem.
Bom, comprada a passagem, é só se
dirigir para o local do embarque, entrar na pequena fila da porta do ônibus,
esperar os minutos que sempre atrasam e adentrar o maravilhoso veículo.
Ressaltando que se não sobrar lugar e você acabar sentando no degrau, tem que
rezar um pouco mais para que ninguém derrube uma garrafa de água aberta em suas
costas.
Agora resta esperar até o seu
ponto de desembarque escutando a música que aquele rapaz lá do fundão sempre
coloca no último volume do celular pra competir com a moça que ouve funk lá na
frente e o senhor que puxa conversa com todos os passageiros em alto e bom tom.
Detalhe: pagamos muito bem por
isso.
Aluã Edson Rosa
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