Era Lucas, seu filho de 7 anos que se desesperava na frente da cômoda de seu quarto, chorava ao mesmo tempo em que procurava por todos os cantos do quarto.
Tentando acalmar o filho, dá um abraço na criança e acariciando-o pergunta:
_O que foi, filho? O que aconteceu?
_Eu não sei onde o Eustáquio foi parar!
Eustáquio era o peixe de estimação de Lucas, ganhara como presente de aniversário.
_Ué, filho! Olha lá no aquário, seu peixe.
_Mas ele não se mexe! Não deve ser o Eustáquio!
Era a primeira experiência de Lucas com a morte, e digamos que a morte de um peixe de estimação pode ser muito traumatizante quando temos 7 anos. Sem saber direito como explicar, Ana começa...
_Sabe filho, tudo na vida tem um fim. Do mesmo jeito que o sol nasce de manhã, ele se põe no fim da tarde; do mesmo jeito que as flores brotam, elas secam. E com a gente é igual, chega uma hora que vamos embora, é como se deitássemos pra dormir um sono bem pesado, que não nos deixa acordar; as pessoas que continuam vão sentir saudades e ficar muito tristes, mas não há porque se preocupar, quem se vai, estará olhando pra gente, lá do céu, é pra lá que as pessoas vão quando mor.. dormem.
_Quem se vai vira uma estrela???
_Isso, filho! É exatamente isso!
_Mas mãe, os peixes vão pro céu?
_Peixes? No céu? Acho que não, Lucas.
_Então se não vão pro céu, vão pra onde?
_Ah, é difícil saber. Acho que não vão pra lugar nenhum.
_Como assim, lugar nenhum? Se o Eustáquio se foi, tem que ter ido pra algum lugar, não é?
_É, mas um peixe é diferente de uma pessoa, ele é um bicho.
_Se pessoas e peixes são diferentes, deve existir um céu dos bichos, então?
_Não sei, só sei que existe céu.
_E o Eustáquio não pode estar no céu de gente?
_Não sei se o céu é de gente, as pessoas vão pra lá, mas não sei se um peixe...
_Só porque o Eustáquio é peixe ele não pode ter ido pro céu? Quem sabe lá no céu de gente, não tem bicho também...
_Ah, filho, não dá pra saber. O Eustáquio não está mais aqui, em algum lugar ele está, mas não cabe a nós decidir onde. Algum dia, quem sabe, conseguiremos entender.
Lucas fez um pouco de manha, se despediu de seu amigo e adormeceu, na manhã seguinte, uma fotografia já ocupava o lugar do aquário. Com o passar dos dias, era cada vez menor o número de vezes que se falava de Eustáquio naquela casa, até que sumiu completamente, se foi, pra onde ninguém sabe ou imagina.
Imagem: Indna Ribeiro Simeão
Aluã Edson Rosa
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