A avó cantarolava na cozinha
preparando a ceia, os tios instalavam as luzes coloridas do lado de fora da
casa, os jovens e crianças perdiam-se entre as caixas para montarem o pinheiro
com seus enfeites. Era véspera de Natal.
O verde pinheiro ficava mais e mais colorido a cada coisa pendurada, uma vez pelo neto mais novo, pela sobrinha mais inteligente, os gêmeos bagunceiros, ora ou outra vinha algum adulto ajudar com as partes mais altas.
O verde pinheiro ficava mais e mais colorido a cada coisa pendurada, uma vez pelo neto mais novo, pela sobrinha mais inteligente, os gêmeos bagunceiros, ora ou outra vinha algum adulto ajudar com as partes mais altas.
As caixas foram se esvaziando,
sobravam apenas poeira e cacos de bolas quebradas. Por fim, foi preso o último
metro de corrente e o trabalho foi concluído. Todos pararam, olharam, mas algo
estava estranho, faltava alguma coisa. Chamaram os adultos, a avó. Todos
concordavam que entre as cores e cintilações uma sombra de falta deixava seu
sinal.
De um tio vem a sugestão:
- É a
estrela, só pode ser isso, que árvore de Natal sobrevive sem uma estrela na
ponta?
O brilho de uma estrela poderia
ser sentido por todos, fazia falta sim, e quem sabe por conta de tantas
preocupações com seus próprios problemas ninguém tivesse pensado na estrela, se
esquecido...
- Não, não é a estrela! –
Lembrou-se a avó – Se esqueceram da nossa tradição? Não lembram do enfeite mais
importante da nossa família? Aquele que fica no topo, e guardamos na caixa mais
resistente?
De início, um silêncio tomou
conta da sala, mas...
- COMO? MAS COMO? Como
conseguimos esquecer do enfeite? Todo ano comentamos, penduramos com o maior
cuidado. – A espalhafatosa tia Joana soltou.
Cada família tem sua tradição,
naquela, uma pequena e brilhosa bolinha verde era tratada como joia rara, todo
ano era cuidadosamente posicionado na parte mais nobre do pinheiro e cuidado
por todos. Um desespero percorreu a todos ao perceberem o esquecimento do
enfeite, e da tradição que corria risco.
- Precisamos encontrar! Vamos procurar
nas caixas, nos cantos. – Um dos gêmeos se prontificou.
Todos começaram a revirar as caixas,
abrir os armários, olhar embaixo dos móveis e nem sinal da bolinha, foi quando
num suspiro desanimado a avó deu a notícia, tinha encontrado, mas isso não foi
bom.
Em uma das caixas, na menor
delas, cacos verdes repousavam em meio a poeira; de alguma forma o símbolo
natalino daquela família tinha se quebrado, sido destruído. A tristeza tomou
conta de todos, o silêncio pairou no ar.
-
Alguém de vocês sabe qual o significado dessa bolinha? Esperança! Por isso era
verde, mas não tinha valor nenhum, sua função era unir a família para celebrar
essa festa, para celebrar a vida, não porque está quebrada que não vamos
comemorar. – Explicou a avó.
- Se o importante é a esperança,
então comemoremos, tenho certeza de que o sentido do Natal não foi quebrado e
ainda podemos encontrar um sinal ainda melhor.
O sino da caixa de correio soou,
pela janela não foi possível ver quem tinha deixado a encomenda, mas os
correios não funcionavam naquele dia, e nem naquela hora; alguém resolveu fazer
uma surpresa.
Uma das crianças correu e buscou
o pacote. Dentro dele, numa caixinha, repousava uma miúda imagem de cerâmica,
um bebê, menino. O bebezinho sorridente envolto em paninhos brancos cativou a
todos, reacendeu no coração de cada um naquela família a esperança.
Que nesse Natal esse bebezinho
possa se fazer presente para cada um de nós e nos mostre também a beleza e o
verdadeiro sentido desta festa.
Aluã Edson Rosa
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*** FELIZ NATAL ***
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Muito bem Aluã, seu texto está ótimo, que o menino Jesus realmente permaneça no coração das pessoas, não só no dia de natal, mas em todo o ano, para que todos vivam em paz, com amor e fé nós podemos viver melhor, abraços.
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