terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Repetidas desilusões



                Isso, tonta! Começa tudo de novo. Vai, se ilude mais um pouco, quem sabe não é a hora, hora de quebrar a cara de novo.
                Achava que não ia ser a mesma coisa de se apaixonar e se ferrar, por que este era diferente? Diferente do quê, minha querida?
                Vai fazer o que agora? Roer as unhas e inundar o travesseiro de novo? Voltar a se prometer que não vai mais se apaixonar? Aliás, quantas vezes você já fez isso? E quantas vezes cumpriu?
                Desabafar com aquela amiga confidente? Não vai né? Tem que manter a pose de forte, inatingível, inabalável... Pode estar morrendo por dentro, mas não se abre. Mas que cabeça dura você tem!
                Agora, só tem uma coisa a ser feita, esquecer mais esse cara, seguir sua vida e, tentar realizar isto, sem tirar o seu sorriso deslumbrante do rosto. Veja bem, tome cuidado, pequena, não se deixe apaixonar tão fácil. E... Boa sorte!


                                         Bruna Caroline Pettean





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

'Busão' nosso de cada dia


A maioria das pessoas que trabalha, estuda ou faz qualquer coisa diariamente em outra cidade, vai de carro; mas tem gente que não tem esse luxo (tá, não é luxo, é objeto indispensável), ou por falta de carro ou devido a não ter carteira de habilitação mesmo. Nesse caso, o que resta é o ônibus.
_Ah, mas andar de ônibus é a coisa mais normal do mundo.
Não, andar de ônibus não é a coisa mais normal do mundo, aliás, andar de ônibus é uma das últimas coisas que podemos chamar de normal nessa vida. Essa coisa tão rotineira é uma aventura, é um desafio, é quase uma fase ‘chefão’ de vídeo game.
Pra chegar à rodoviária já é uma maratona, você está quase perdendo o horário do ônibus e a cada vez que olha no relógio o ponteiro trabalha mais rápido.
Quando finalmente chega e por um segundo passa pela sua cabeça ‘ufa, posso descansar’ você se enganou muito. Tem que correr muito, inventar desculpas e driblar todos que te pedem dinheiro ‘pra comprar comida’ ou ‘pra comprar passagem’, e olha que não são poucos.
Depois da corrida e dos dribles, começa outra prova: lembrar onde colocou o dinheiro da passagem na fila do guichê e depois que comprar, penar pra guardar todas aquelas moedas do troco sem derrubar nenhuma e de preferência, sem amassar a passagem.
Bom, comprada a passagem, é só se dirigir para o local do embarque, entrar na pequena fila da porta do ônibus, esperar os minutos que sempre atrasam e adentrar o maravilhoso veículo. Ressaltando que se não sobrar lugar e você acabar sentando no degrau, tem que rezar um pouco mais para que ninguém derrube uma garrafa de água aberta em suas costas.
Agora resta esperar até o seu ponto de desembarque escutando a música que aquele rapaz lá do fundão sempre coloca no último volume do celular pra competir com a moça que ouve funk lá na frente e o senhor que puxa conversa com todos os passageiros em alto e bom tom.
Detalhe: pagamos muito bem por isso.

                                                         Aluã Edson Rosa
                                                                                      



domingo, 19 de fevereiro de 2012

Cidade da razão



Carnaval, a festa do povo, todo mundo se diverte, brinca, dança; é tudo muito lindo, é tudo muito bom, menos na pequena cidade de Confim do Norte.

Lá, as pessoas eram diferentes, preferiam o silêncio, a discrição e detestavam tudo que se referia a folia, era uma sociedade basicamente jovem. Jovem e quieta.

Não parava por aí, a cor preferida de todos era o preto, lá, o escuro reinava nas praças, nas casas, nos olhos. Carnaval para eles era um terror, um verdadeiro show de aberrações.

Numa tentativa desesperada de animar a população o prefeito resolveu contratar vários shows para os 4 dias. O resultado? A banda tocou sozinha todos os dias e ainda teve o ônibus apedrejado por ser colorido. E a prefeitura? foi pintada de preto, e de tomates também.

Era realmente uma cidade diferente, de um povo diferente.

Um dia, um folião vidrado em carnaval invadiu a cidade e saiu cantando marchinhas.

De repente, num piscar de olhos as luzes se apagaram e quando voltou a ficar claro, o homem tinha desaparecido.

A solitária tentativa de levar a alegria para aquele lugar sinistro fora abortada e ninguém fazia ideia do que havia acontecido. Será que alguém havia atacado o solitário folião?  Ou ele se deu conta da quase impossível missão e desistiu?

Uns dias depois, o homem reapareceu contando uma história muito estranha, até mais do que essa; disse que o pessoal da cidade falou muito com ele, contou todos os motivos daquela quietude, explicou por que motivos resolveram abandonar a tradição e se fechar para tudo o que se referisse a carnaval. Mas não disse o que foi conversado.

O que sabemos, são apenas boatos. Dizem que eram assim porque não concordavam com o tipo de “diversão” de hoje em dia, acreditavam que a felicidade não deveria ser encontrada pelo exagero, de bebidas, de ações.

Agora, em Confim do Norte, o povo é muito feliz, a tinta preta foi substituída pelas mais diversas cores e as festas não param de acontecer, acreditam que a alegria pode sim ser conseguida de uma forma saudável e tranquila.

                        Aluã Rosa   &   Bruna Pettean


                                    Imagem pega na internet.





sábado, 11 de fevereiro de 2012

Verdadeira falsidade...


                Se tem uma coisa na humanidade que eu não consigo entender é a falsidade. Principalmente quando descobrimos que ela vem de lugares totalmente inesperados.
                É horrível descobrir que aquele seu melhor amigo só está ali por algum interesse e você é totalmente substituível pra ele, quando não servir mais, descarta.
                Você acha que supera e encontra os 'verdadeiros', mas na verdade só acha mais e mais pessoas cínicas, com aquele sorriso dissimulado no rosto e pagando de bom-moço (a).
                Pra falar a verdade, acho até bom não compreender a falsidade, já que isso poderia significar que eu uso dela.
                Meu pior defeito é acreditar cegamente em todos e não conseguir diferir a verdade da mentira, as vezes acho que é ingenuidade de criança, mas que é melhor assim.
                Aproximo-me das pessoas, não porque sobra tempo, mas porque algo nelas me encanta. Achava que era assim com todo mundo, não é, de repente, você vê pessoas em que confiava seus maiores segredos tentando te derrubar a qualquer custo.
                Mas afinal, a vida é assim, cair sete vezes e levantar oito, dar a cara pra bater,  e quando colocar a cabeça no travesseiro, saber que foi honesto com todos, talvez até demais, mas pelo menos, não se decepcionarão futuramente por descobrirem que você não era o que dizia.
                Porque dor de cabeça, a gente cura com paracetamol, mas pra dor de perder um amigo que se dizia de verdade, não existe remédio, só o tempo, aliás, com ele você também aprende a confiar só em si e esquecer dos outros.

Bruna Caroline Pettean

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um dia plural


O primeiro dia de aula é o dia mais divertido, mais emocionante, mais inesquecível das lembranças que todos carregam dos tempos de escola.
Todo mundo se lembra de quando ia pra escola nova, e na ansiedade, experimentava 19 vezes o uniforme pra ter certeza de que servia bem. Ou então, de programar o despertador pra tocar um horário e acordar meia hora antes com medo de não escutá-lo e perder a hora.
Dentro da gente, fica uma mistura de sentimentos sem tamanho, tristeza por acordar cedo, alegria por rever os amigos, medo das novas matérias, alívio por ter passado de série.
Durante as férias, ficamos imaginando como será esse dia, como será rever esse lugar em que ficamos praticamente metade do dia e nem é nossa casa, como será que serão os novos professores, se vamos gostar, ou não.
Quando somos pequenos, o primeiro dia de aula não é tão esperado e amado assim, é aquela choradeira por não querer se separar da mãe na porta da escola, digo por experiência própria, se bem, que nos primeiros anos eu chorava quase todo dia.
Mas, voltando ao assunto do título... O primeiro dia de aula nunca terá somente uma palavra ou sentimento para ser descrito, é uma coisa única, diferente em cada pessoa e fase da vida. É isso que o torna um dia tão plural.
Você já parou pra pensar que um dia tão pequeno, tão simples, consegue atingir as pessoas de formas tão distintas? E que com o passar dos anos, mesmo com todas as mudanças nas escolas, nos métodos de ensino, ele não muda?
Acho que não dá pra responder a essas perguntas. O jeito é aproveitar muito bem esse dia tão especial, e viver os outros dias como se fossem sempre o primeiro, aproveitando ao máximo essa época de que um dia sentiremos tanta falta.
                                                             Aluã Edson Rosa