segunda-feira, 16 de julho de 2012

Flores de Olívia .... Parte I



                Olívia era uma menina linda, loira, olhos azuis e pele clara, morava em Fraiburgo, interior de Santa Catarina, sua melhor amiga era Marina, uma garota vinda de Florianópolis.
                Nas férias de verão, as garotas foram para a capital, visitar a avó de Marina. Dona Alana era muito gentil e amável, fazia de tudo para agradar as duas.
                Na última noite da viagem, as três estavam sentadas na sala conversando alegremente quando Olívia disse:
                -Dona Alana,o que é aquilo ali na parte mais alta da estante? - apontou para um buquê murcho de rosas brancas.
                -Ah, não é nada de importante, minha querida. - retrucou prontamente.
                - Mas o que é então, vovó? - insistiu Marina.
                -São apenas flores, apenas um imundo buquê velho, o qual eu vou até jogar no lixo! - levantou-se e foi em direção da estante.
                - Não! - protestou Olívia - São tão lindas... Dê para mim então.
                - Nunca! Vocês não sabem o que isto é capaz de fazer... - resmungou a velha
                - Então nos fale vovó!
                Dona Alana se deu por vencida. Contou do encantamento envolvendo o ramalhete e que seu dono teria direito a três desejos, mas que cada pedido, causava uma consequência.
                - Isto é incrível ! - exclamaram as meninas em uníssono. 
                - Não! É horrível! Vocês não entenderam?  As consequências podem ser pavorosas. Dizem, que a última pessoa que resolveu tentar a sorte, no 3º desejo, pediu pela morte.
                Vendo a expressão das meninas, Dona Alana complementou:
                - É só uma lenda, meus amores, porém, vou jogar essas flores velhas no lixo! 
                - Mas vovó, como é que você conseguiu esse buquê?
                - Ãh, ãh... Eu vou buscar mais refresco, vocês querem? - desconversou,deixou as flores em cima da mesa de centro e saiu.
                Olívia correu até lá, pegou as flores na tentativa de protegê-las de serem jogadas. Marina ficou intrigada com a reação de sua avó, mas nada disse.
                Quando Alana voltou, tentou argumentar com Olívia, mas a garota era teimosa:
                - Se a senhora não as quer e vai jogar no lixo mesmo, que mal há em dá-las para mim?
                - Tudo bem, leve, mas, cuidado... - deixou o aviso e um clima de tensão no ar, como se soubesse que algo iria acontecer. - Agora, andem, as duas, pra cama, amanhã cedo vocês têm que pegar o ônibus.
                As garotas foram para o quarto, ninguém falou enquanto as malas eram refeitas, ao terminar de pôr as roupas, Olívia guardou cuidadosamente o buquê e fechou o zíper.
                - Você tem certeza de que quer levar isso aí? - disse Marina
                - Mas é claro, são lindas flores...
                - Estão murchas! E tem aquele lance, dos desejos, não te dá medo?
                - Deixa de ser tonta, Marina, é um buquê comum, isso tudo é apenas uma lenda.
                Apagaram as luzes e dormiram. No outro dia, pegaram o primeiro ônibus e voltaram para Fraiburgo. Chegando em casa, Olívia viu seus pais sentados à mesa falando sobre as contas que precisavam ser pagas e a hipoteca da casa, na verdade, estavam brigando e gritavam tanto que nem perceberam a chegada da filha.
                Os dias passaram e as brigas aumentaram, numa dessas Marina estava presente, Olívia chorava e dizia não aguentar mais, foi quando olhou pra sua escrivaninha e achou o buquê. Limpou as lágrimas, caminhou até ele e disse:
                - Então, é hoje que a gente vai descobrir se essas flores são uma lenda, ou não.



Aguardem a próxima postagem...

Bruna Caroline Pettean

terça-feira, 3 de julho de 2012

Realejo Parte II

Para ler a primeira parte do texto clique no link ao lado... http://ocatapalavras.blogspot.com.br/2012/06/realejo.html 


 ...Era uma caixa de madeira escondida em baixo da cama, eu já não aguentava mais de curiosidade para saber o que havia na caixa, ela estava trancada e só meu avô tinha a chave. Calmamente ele foi até a caixa, colocou a chave no cadeado, girou e abriu a tampa.
    Quando olhei, não podia acreditar...
    Foi uma decepção tremenda, a caixa estava vazia!
    Enquanto eu olhava estaticamente para o vazio do interior empoeirado do baú, meu avô se retirou do quarto sem nenhuma explicação, apenas disse:
    _Um dia você entenderá tudo isso.
    Depois de falar um som me assustou, era o barulho de uma porta se abrindo... Minha mãe entrara e sua voz me chamou.
    Foi como se eu tivesse dormido e acordado ali no chão, um filme se passou pela minha cabeça de forma tão real que revivi todos aqueles sentimentos.
    Ao situar-me no presente me conforme, eram lembranças, nada mais que lembranças da última vez que pude ser feliz ao lado de meu avô, o herói, caçador, mágico e inventor que mostrou-me o verdadeiro tesouro que podemos ter: a alegria.
    A alegria em passar momentos maravilhosos ao lado de quem amamos e que ficarão eternamente guardados em nosso coração, alegria em saber que nunca estamos sozinhos e de que marcamos e fomos marcados por muitas pessoas em nossa rápida existência.
    Hoje sei que não há nada mais importante, nenhum bem mais precioso que viver esses momentos, alegres, felizes.
    Depois de tudo isso, guardei o bilhete do realejo de volta na gaveta, arrumei toda a bagunça e saí, fui caminhar por onde a estrada me levasse ainda refletindo sobre os incríveis momentos que acabara de relembrar.


                                                                                      Aluã Edson Rosa





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